sábado, 30 de julho de 2011

Voo


Enquanto vou e não vou, preciso de ti.
Não sei se te amo ainda, mas preciso de ti. És-me real. O meu passado e o que resta de mim, a parte valiosa, és tu. O único que não cresceu com manias de grandeza. O que sabe para que servem as andas. O que me ensina a andar como quem sonha e a desfazer-me das caixas cheias de queixas de velha ressabiada. Que até me dá carradas de razão, quanto só pouca é possível ter. Tu, o meu amuleto de vida sorridente. Um amigo. Talvez o amor - talvez pois, com incertezas justas e divinas - que tenho por mim, em ventos imprevisíveis.

Não te partas ou te percas. Eu não te vendo. (Mas ambos sabemos, o voo é individual.)

terça-feira, 12 de julho de 2011

Acordo Ortográfico


É um facto: comigo é frequente ficar tudo abananado, tudo mais ou menos em questão aberta mas de peito fechado. Mas hoje, hoje até as letras  me confundem. Toda. Preciso de gotas para a almofada, a ver se pôem alguma ordem no miolo que se enrosca nela. Hoje estou mesmo reduzida a um passo de fox trot. Ou, na melhor das hipóteses, a um novelo desmanchado no chão da sala à espera que um bicho me resolva o esquema.