Dou por mim às voltas e revoltas, à procura de uma ideia original. Não encontro a porta, não sei o código de entrada, perdi há muito o dom de escrever segu(i)ndo o órgão-Mestre. Não te sei escrever, quando és real. Precisava da dor, da dor de não saber, não saber onde ver, onde procurar. Precisava que não existisses, se fosse urgente. Agora ter-te comigo acabou com a minha carreira de drama queen, tirou-me de palco e, pior que tudo, roubou-me o texto. Não tenho ideias. Não sei que porta.
Quanto mais se procura, mais calos se tem; o que se encontra ainda não sei. Eu procuro ideias e elas escondem-se-me, como ultimato de seres quem sonho. Mas enquanto desespero pela falta de pedras a indicar-me o caminho, tu encontras sempre maneira de me compensares, ensinando-me a apreciar a paisagem. Então, eu sonho, vivo. Amo. As ideias não são tudo.