sábado, 15 de setembro de 2012

Já faltou mais

O que hoje sei é que lá por ter lágrimas que não acabam para deitar, fazer o-ó, acordar aos berros, não faz de mim doente ou triste. Lá porque rosno ao vidro da minha janela não quer dizer que tenha medo, cagaço, respeito sim. Já faltou mais para entender a paz que me espera.

SOU EU QUE ME FAÇO ISTO. 

E lá porque o grito o mais alto que consigo cá para dentro, não quer dizer que amanhã esteja em altura de o entender. Que acorde assim, com este espírito. Que o espírito acorde. 

Ai, era tão boa naquilo que fazia (ter orgulho em mim, nós, de quando em quando faz-me morrer feliz). Apagar isto. E agora quero dizer coisas novas e as coisas não me dizem nada, é como se tivessem todas partido para alguém mais sábio e disponível para sentir. Quero dizer coisas como as que tenho cá para dentro e saem em forma de lágrimas. Para que se entenda que eu, nem doente ou sequer triste permanente

 
É QUE EU. Bonita. Saudável. Amiga, alegre e disponível. Sincera. Genuína. Só que cá dentro toda aprumada e atarefada, a arrumar a casa e a preparar a mesa à espera que chegue uma pequena epifania querida e saudosa. E sim, o que hoje sei é que já faltou bem mais.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

A minha bomba-relógio

Isto está a ficar cada vez mais estranho. Porque o que sinto que me faz mal é o que me faz bem e sinto que sem isso morro. Tic tac. E eu tenho de me levantar todos os dias de madrugada, arrastar-me depressa de casa para não pensar muito, encontrar coisas ou músicas bonitas no caminho de mais um dia que me espicaça.  Tic tac. 
Pensar no que me dizem para pensar, pensar no que me pagam para pensar, nunca pensar o que grito quando tenho cinco segundos na casa-de-banho e choro. Tic tac. Limpa, puxa o autoclismo, sai.
Voltar para casa sem saber o que sentir. Me uma merda. Sem qualidades ou dons que façam com que gostem de mim. Sem me conhecer ou sem me querer conhecer. Para arranjar desculpas, uma, duas. 
Tic-tac. E continuo a sorrir, sempre a calar, a comer, sem conseguir digerir, a entalar todas as porcarias no estômago. Ainda me admiro que as entranhas se estrangulem. Calma, olha que te vêem, ri-te. Ah. (tic-tac).