segunda-feira, 10 de setembro de 2012

A minha bomba-relógio

Isto está a ficar cada vez mais estranho. Porque o que sinto que me faz mal é o que me faz bem e sinto que sem isso morro. Tic tac. E eu tenho de me levantar todos os dias de madrugada, arrastar-me depressa de casa para não pensar muito, encontrar coisas ou músicas bonitas no caminho de mais um dia que me espicaça.  Tic tac. 
Pensar no que me dizem para pensar, pensar no que me pagam para pensar, nunca pensar o que grito quando tenho cinco segundos na casa-de-banho e choro. Tic tac. Limpa, puxa o autoclismo, sai.
Voltar para casa sem saber o que sentir. Me uma merda. Sem qualidades ou dons que façam com que gostem de mim. Sem me conhecer ou sem me querer conhecer. Para arranjar desculpas, uma, duas. 
Tic-tac. E continuo a sorrir, sempre a calar, a comer, sem conseguir digerir, a entalar todas as porcarias no estômago. Ainda me admiro que as entranhas se estrangulem. Calma, olha que te vêem, ri-te. Ah. (tic-tac).

 


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