Tenho em mim uma coisa sem nome, que não se identifica nem quer conversa comigo. Aparece quando me deito, por vezes quando estou acompanhada, tantas as vezes quando estou só. Não me fala mas grita, rebenta-me os tímpanos na ansiedade de resposta. Do outro lado, nada. Morro. É que ela está lá mesmo quando não está, a coisa que não fala. é tanta a certeza da sua vida que me troco por ela, passo-me por fantoche das suas manias, chantagens, ultimatos, chagas invisíveis, do seu amor pela tragédia. Deixo de falar, sou uma coisa sem nome nem conversas comigo. E há sempre um dia em que a pinga de água ensopa o balde e nos afundamos sem bóias nem chapéus-de-chuva que salvem. Me, a coisa.
quinta-feira, 3 de novembro de 2011
a coisa
Tenho em mim uma coisa sem nome, que não se identifica nem quer conversa comigo. Aparece quando me deito, por vezes quando estou acompanhada, tantas as vezes quando estou só. Não me fala mas grita, rebenta-me os tímpanos na ansiedade de resposta. Do outro lado, nada. Morro. É que ela está lá mesmo quando não está, a coisa que não fala. é tanta a certeza da sua vida que me troco por ela, passo-me por fantoche das suas manias, chantagens, ultimatos, chagas invisíveis, do seu amor pela tragédia. Deixo de falar, sou uma coisa sem nome nem conversas comigo. E há sempre um dia em que a pinga de água ensopa o balde e nos afundamos sem bóias nem chapéus-de-chuva que salvem. Me, a coisa.
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